domingo, 19 de outubro de 2025

O CONTÉUDO DOS LIVROS

 O CONTEÚDO DOS LIVROS

É um dos temas que mais me preocupa: o que se escreve nos livros infantis e nos juvenis. Pessoalmente, optei por escrever obras derivadas, originais na forma como o livro será organizado, nunca será uma imitação ou cópia de nenhum outro livro ou já existente. As minhas ideias serão sempre nesse sentido: melhorar e organizar temas que possam interessar aos jovens e dos quais eu goste. Isso eu acho básico, gostar daquilo que estou a fazer, por mim e pelos outros.

Quanto aos livros infantis, como já disse na minha biografia, serão sempre os temas que eu considero adequados aos mais novos, sempre levando em consideração que a criança tem o direito de sonhar, de se divertir, de brincar, de gostar de ler ou ver livros infantis, embora nem todos os pais queiram que os filhos, durante a sua infância sejam mesmo infantis, e transforma-nos em pequenos adultos, o que acho triste, digo sempre que as crianças não tem que ser responsáveis, os adultos sim, as crianças devem ser obedientes, responsabilidade é uma competência dos pais. Daí, por vezes, a minha revolta quando os pais dizem: "Lê os livros da escola que esses é que interessam; o resto não interessa nada", uma opinião e atitude completamente erradas.

Pessoalmente, gosto da ideia "que ser criança é ser mesmo criança" e não o contrário. 

Durantes estes últimos anos em que me dediquei á escrita de livros infantis, verifiquei, que as pessoas e o mundo de uma forma geral, sobretudo os "média" que na maioria das vezes não tem a noção dos disparates que dizem ou deixam passar nos canais de televisão sobre livros infantis, e tornam aos olhos dos pais (iletrados) que livros com ao temas de magias, bruxarias, monstros, guerras e lutas entre crianças e por ái fora são livros infantis ao invés de ser honestos e realistas e dizerem que são completamente inadequados para crianças, mesmo que estas já andem na Escola Primária. Penso que o livro infantil deve ser escolhido pelo seu conteúdo infantil e não porque está na moda ou porque vende muito. E o tamanho de (500 páginas) não é para um livro infantil; eu nem sei se é juvenil, mas infantil não é definitivamente. Além do que, não é porque um livro fala de uma criança ou de um jovem que  o torna num livro infantil ou juvenil. 
(Tudo isto dito e sem ofensa para os escritores, que têm todo o direito de escrever o que muito bem entendem, apenas devem definir muito bem o público a quem se destina e transmiti-lo aos meios de comunicação social, para que estes não influenciem erradamente os pais).

É uma preocupação que tenho, como vai ser o futuro das crianças que lêm este tipo de livros, sem amor, sem amizade, sem bons sentimentos, sem alegria, sem cor, num mundo de negatividade, com raiva, a destilar ódio pelos seus adversários, deve ter sido assim que nasceu o bullying e sabe Deus que mais consequências virão a ter na vida de quem os lê. 

Gostava que os adultos deixassem as crianças sonhar e que se limitassem a guiá-las para um mundo melhor, e não o deles, que as deixassem viver no seu próprio mundo infantil e no seu próprio estatuto e direito de ser criança

No tempo dos meus pais, as histórias infantis contadas à lareira eram sobretudo exemplos de comportamento, como a cobiça da raposa na história "Corvo e a Raposa" e outras, talvez demasiado adultas ou não, mas na época, era assim. 

Hoje em dia, os livros compram-se porque este ou aquele autor está na moda, porque todos compram este livro, mesmo quando os livros são de editores famosos e cujos temas são maioritariamente bem giros, mas que tem o mesmo problema, extensas páginas entre 90 e 120 páginas (muito texto e poucos desenhos) para um livro infantil é demasiado, mesmo que a criança ande 5/6º ano.

Gostava que os pais deixassem os filhos escolherem os livros, talvez eles sejam mais sensatos e inteligentes na compra daquilo que querem ler ou ver.

18/10/2025
Laura Somerset







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